domingo, outubro 30, 2005

EMPREENDEDORISMO - uma mudança de mentalidade organizacional.

Por: Evandro Prestes Guerreiro

O empreendedorismo é uma tendência que vai aos poucos envolvendo a estrutura das organizações tanto interna, quanto externamente, sinalizando para a necessidade de mudança no sistema gestor e nos paradigmas que até então, suportavam os movimentos cíclicos de crise na sociedade. Mas, para que essa tendência se realize é necessária uma mudança de mentalidade e atitude por parte dos profissionais que atuam nas organizações e fora delas. Para compreendermos tais aspectos, precisamos conduzir este debate em três dimensões razoáveis:

1) A dimensão situacional de um empreendimento/ projeto que implica trabalhar com a equipe de colaboradores, a materialização da idéia/ solução inovadora, a partir da oportunidade identificada;

2) A dimensão local que considera a sociedade moderna como uma rede de relações interpessoais e interinstitucionais, demandando o estabelecimento de parcerias estratégicas para garantir a sustentabilidade do empreendimento/ projeto e seu impacto na sociedade local;

3) A dimensão global identificando permanentemente as novas oportunidades em seus diversos cenários de atuação (social, público e privado), possibilitando que o empreendimento/ projeto se contextualize a partir da estratégia de expansão estrutural e conjuntural.

Estas dimensões do empreendedorismo somente terão força e concretude se partirem da capacidade do empreendedor para focalizar convictamente as estratégias de intervenção na realidade, integradas com a percepção do mundo em sua volta. Com isso, propomos as seguintes etapas no processo empreendedor:

a) A Gestão por Estudo de Potencial, que busca mapear o problema situacional, identificando o potencial existente na oportunidade focada e como otimizar os recursos maximizando as estratégias de produtividade e eficácia social;

b) A Gestão por Análise Estratégica, a partir das informações e indicadores levantados no item anterior, elabora-se um plano estratégico para intervir no cenário/ contexto de inserção do empreendimento/ projeto e sua expectativa de retorno investidor;

c) A Gestão por Projeto Organizacional que estabelece a meta de expansão e objetivo da mudança na implantação e desenvolvimento do empreendimento/ projeto, considerando o mapa de oportunidades e dos riscos detectados.

As estratégias criativas de gestão são assim, as grandes responsáveis pela mudança de mentalidade organizacional, entretanto, será o gestor o maior estimulador da participação ativa e comprometida no empreendimento, quando na sistematização e implementação do plano estratégico:

i.Incorporar as características de uma gestão moderna e inovadora;

ii.Capturar as novas tendências no mundo do trabalho e das organizações;

iii.Compreender os impactos das inovações tecnológicas e novos conhecimentos;

iv.Educar e orientar o empreendimento para uma visão estratégica permanente;

v.Qualificar o seu quadro profissional para aprender como fazer planos empreendedores;

vi. Implantar em médio prazo uma gestão social integrada;

vii.Otimizar os recursos e maximizar os benefícios individuais e institucionais;

viii.Desenvolver a cultura da autonomia e gestão do risco empreendedor;

ix.Adotar uma postura de eco-responsabilidade no empreendimento;

x.Assumir a liderança negociadora do processo de mudança.

Obviamente que temos consciência da complexidade de uma gestão empreendedora na organização, afinal, mais importante que o sistema é a pessoa que cria e opera este sistema. Porém, construir sistemas eficazes e satisfatórios para as pretensões organizacionais é uma busca incessante no campo da inovação tanto tecnológica, como da construção do conhecimento estratégico e isso não acontece do dia para a noite. O primeiro passo será sempre do empreendedor enquanto indivíduo que deve superar seus medos pessoais e se arriscar na prazerosa aventura de descobrir o futuro agora, com intenções claras e ações convictas. O segundo passo não se faz sozinho, mas, com a ajuda profissional do empowerment que lhe rodeia, acreditando firmemente na transgressão da mudança, como bem cantava o poeta Raul Seixas, sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas, sonho que se sonha junto é realidade.

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